terça-feira, 19 de abril de 2011

O Fantasma

Logo na capa diz: "Um dos melhores romances de 2007" pela The Economist. Na contra-capa duas agraciações. Uma de Nelson Mandela "Um escritor que manipula o suspense como um Alfred Hitchcock das letras" e a Independet diz "... um excelente escritor de thrillers". A expectativa vai aos céus pelo romance de Robert Harris. E ela é verdadeiramente consumada. "O Fantasma" é um dos melhores livros que li nos últimos tempos. Um best-sellers com cara de best-seller, com todos atributos de fixação, densidade, inteligente e sem o apelo de ser um conto infanto-juvenil, tão comum em época de Harry Potter e outros.

Durante as 318 páginas do livro, a história contada em primeira pessoa pelo ghost-writer (que não saberemos o nome) do ex-primeiro-ministro inglês Adam Lang. Ele fora chamado para o projeto pois o antigo escritor morreu de forma suspeita e foi encontrado boiando no mar. Longe de Londres para esse serviço, o escritor e o "contador de história" Lang vão avançando nas histórias, contando suas aventuras na faculdade, seu envolvimento político, sua história de amor por Ruth. Mas suspeitas começam a pairar no ar, assim que o manuscrito deixado por McAra começa a despertar uma ânsia de saber mais e mais do que está por trás da podridão do mundo político. Guerra do Iraque, assassinatos, espionagem, envolvimentos dúbios, traição, acordos suspeitos e muita pressão rondam a casa de veraneio dos Lang nos EUA. O ditado de quanto mais se mexe, mais fede se aplica inteiramente na política e temos mais certeza ao decorrer das páginas. Além da política, conhecer um pouco mais do que faz um ghost-writer foi muito interessante. Ser o responsável e não aparecer é uma das profissões mais difíceis e, pelo visto, mais perigosas.

Por suas características obvias e com menções à atitudes que o antigo primeiro ministro inglês, Tony Blair, "O Fantasma" é considerado um ato jornalistico em forma de romance. Harris consegue fazer um livro político e visceral, uma leitura fácil e empolgante. Agora, terminado o livro, sinto falta de nos momentos de bobeira não tê-lo para descobrir mais e mais. Harris me conquistou e estou atrás de outros livros seus. Bom, apenas para finalizar com chave de ouro, agora verei "O Escritor Fantasma", o último filme de Roman Polanski, baseado nesse best-seller. Dificilmente leio os livros antes de ver o filme, mas como me envolvi muito com a literatura de "O Fantasma", agora deixo que Polanski me surpreenda e consiga extrair o melhor do livro para a tela. Pelo trailer, acredito que conseguirá. Vejam:


Apesar de já saber os atores que estão no filme, lendo estava muito claro para mim que Ewan McGregor seria um perfeito ghost-writer. Brosnan também se encaixa muito bem no papel de de Lang. Agora é ver e conferir como Polanski "viu" esse livro dentro da cadeia e fez esse filme de lá.