sexta-feira, 9 de abril de 2010

Conversas com Almodóvar


Quem me conhece sabe: Almodóvar é meu diretor de cienema preferido. Não sei explicar porque, nem como isso começou, mas ele é o cara. Tenho alguns filmes dele como os melhores que já vi ("Fale com Ela" considero o melhor). E o livro 'Conversas com Almodóvar' veio para mim como uma luva, mostrando um pouco mais do apenas aquele senhor de cabelo branco, homossexual assumido e um mito do cinema atual.

O livro é divido pela filmografia do espanhol. Cada filme merece capítulo detalhado de conversas que Frédéric Strauss (ex-redator e chefe adjunto na revista Cahiers du Cinema, é roteirista e crítico de cinema da Télérama) teve com o diretor durante o lançamento de seus filmes. De 'Pepi, Luci, Bom e outras garotas de montão' até 'Volver', infelizmente o seu último lançamento, 'Abraços Partidos' ainda não foi alvo de nova publicação. Porém o material que temos em mãos nos consegue levar para dentro da mente de Almodóvar e entender como que ele pensa o cinema e cada filme.

Destaque para a confissão de que Gael Garcia Bernal, de 'Má Educação' foi o ator mais difícil de dirigir e de como ele chegou de atendente de telemarketing da Telefônica a um dos diretores mais cultuados da atualidade. Um ótimo livro para cinéfilos ou apenas para quem não conhece muito da carreira do diretor. A partir da leitura das 312 páginas, a vontade de rever os filmes dele é enorme. E vale a pena.

Preço médio: R$ 46,00

Site Oficial da Editora Zahar

quinta-feira, 8 de abril de 2010

I'm Here

Acabou de ser lançado com exclusividade para ser visto pela Internet (e de graça!) um curta incrível de Spike Jonze (sim, o mesmo diretor de Onde Vivem os Monstros), com duração de 31 minutos, sobre uma história de amor entre dois robôs de Los Angeles, com personalidades totalmente diferentes, em meio a ciborgues humanizados e sem dinheiro, longe do estereótipo supertecnológico. Sensível e apaixonante, tem uma trilha sonora excelente e é visualmente deslumbrante.

Foi exibido na noite de abertura do Festival de Sundance e também em Berlim, arrancando aplausos e muitas críticas positivas. Para assistir, acesse o site http://www.imheremovie.com/ e veja se tem lugar no cinema virtual (são diponibilizados 5000 "lugares" por vez) ou entre na fila para a próxima sessão. Uma experiência única e deliciosa. Não deixe de ver.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O Tempo e o Vento - Érico Veríssimo


"O Tempo e o Vento", do consagrado Érico Veríssimo (pai do também excelente Luis Fernando Veríssimo) é a obra definitiva do autor, que conta a história do Rio Grande do Sul através da saga de disputas de terras e poder entre as famílias Terra e Cambará, numa trilogia que se inicia em 1680 e termina em 1945 (se divide em O Continente, O Retrato, e O Arquipélago, lançados em 1949, 1951 e 1962, respectivamente).

É longo, tanto que é dividido em diversos volumes, mas é apaixonante; é possível que você tenha lido na escola "Um Certo Capitão Rodrigo" ou "Ana Terra", que são apenas pequenas partes da obra do Veríssimo. Se leu, certamente lembra-se como é uma leitura arrebatadora, com descrições precisas e história envolvente. Esses dias, olhando minha estante, me deu vontade de reler, coisa que farei em breve. Recomendo muito essa leitura, que foi importantíssima para a literatura brasileira.

Em 1985 a Rede Globo exibiu uma mini-série baseada na trilogia, dividida em 25 capítulos, com seu principal elenco da época e com trilha sonora do Tom Jobim.

Abaixo um pequeno trecho que ilustra a habilidade descritiva do autor e logo após uma cena do seriado da Globo.

"Naquela tarde de princípios de novembro, o sueste que soprava sob os céus de Santa Fé punha inquietos os cata-ventos, as pandorgas, as nuvens e as gentes: fazia bater portas e janelas: arrebatava de cordas e cercas as roupas postas a secar nos quintais: erguia as saias das mulheres, desmanchava-lhes os cabelos: arremessava no ar o cisco e a poeira das ruas, dando à atmosfera uma certa aspereza e um agourento arrepio de fim de mundo.

Por volta das três horas, um funcionário da Prefeitura assomou à janela da repartição e olhou por um instante para as árvores agitadas da praça, exclamando: "Ooô tempinho brabo!"

Num quintal próximo, recolhendo às tontas as roupas que o vento arrancara do coradouro e espalhara pelo chão, uma doma de casa resmungava: " É para um vivente ficar fora do juízo!"(...)

— O Tempo e o Vento/O Retrato

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Partagas D4

Se você é um apreciador de charutos e ainda não provou um Partagas D4, é porque só falta isso para realmente saber o que é bom de verdade.

Esse, na minha opinião e na de muitos especialistas, é um dos melhores (se não o melhor) robustos do mundo. Um cubano legítimo, com aroma característico e único, sabor picante no início, e que vai modificando para um sabor rico e intenso com nuances de caramelo e nozes.

É um clássico mundialmente conhecido (e reconhecido). Comprei uma caixa desses para comemorar o nascimento de minha filha. Não é muito barato, mas jamais causa arrependimento: cada um custa cerca de 35 reais nas melhores tabacarias.

Fume com um bom whisky ou rum (eu disse BOM, não aqueles quebra-galhos já manjados por aí, ok?).

Nota: 9,5

domingo, 4 de abril de 2010

Santo Antonio Botequim


É sobre um bar, mas colocarei na categoria "Restaurantes", porque falarei da feijuca dos sábados de lá. Como bar, é um ambiente bacana, superespaçoso, com um chope correto e petiscos razoáveis - mas evite o happy hour durante a semana, pois costuma lotar de pessoas que trabalham na região. Enfim, um bar na média.

Mas quando o assunto é feijoada (que rola nos almoços de sábado), a coisa muda de figura. Em São Paulo, quando falam de feijoada, o primeiro lugar que lembram é o Bolinha. Se você é um desses, reveja seus conceitos. Além de ser muuuuito mais barato que o outro, a feijoada é uma delícia e, principalmente, muito leve. Como sempre muito bem, com direito a sobremesa, e nunca saio estufado (mesmo depois de dois chopes e uma caipirinha!), ao contrário de todas as outras feijucas que já provei.

Vem tudo separadinho (feijão, caldo, paio, carne seca, orelha, rabo, etc - eu particularmente só pego o feijão e o paio), incluindo bisteca, banana frita, mandioca, farofa, linguiça, couve e, dentre outras coisas, até abacaxi grelhado!

O melhor de tudo é que o ambiente é espaçoso e, nos almoços de sábado, sempre tranquilo, frequentado principalmente por famílias que moram na região. Então é o seguinte: se quiser um feijoada responsa, com preço honestíssimo (R$ 29,90 por pessoa) garanto que esse é o lugar para se ir.

Notas:
Ambiente: 8,0
Atendimento: 8,0
Comida: 8,0