sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Goulash


No almoço de Natal preparei um de meus pratos prediletos: goulash. Me lembra a minha infância, quando minha bisavó (que era alemã) preparava esse prato típico da Hungria, mas que fincou raiz também na Alemanha e Áustria. Existem variações em que na receita vá batatas, cenouras, alcatra no lugar do músculo e coisas do tipo, mas vou ensinar a receita mais tradicional possível, que fica bem próximo do que minha bisavó fazia. Normalmente, é servido na Hungria com spatzli, uma espécie de gnocchi mais consistente (aqui no Brasil costumam servir com arroz - o que considero um sacrilégio - e com macarrão também. Não faça isso! Vai estragar o sabor final!). Ensinarei também a fazer o spatzli (que é muito fácil) e ensinarei uma outra alternativa, que era o que eu comia quando criança: semmelknödel, que é uma espécie de bola de pão cozida com especiarias, muito popular na Alemanha. Atenção: é demorado; se for servir no almoço, comece de manhãzinha. Vale a pena, o resultado é divino e a carne literalmente se desfaz na boca.

Goulash (para 4 pessoas)

Ingredientes:
- 1 kg músculo cortado em cubos
- 2 cebolas cortadas em rodelas grossas
- 3 colheres (sopa) de extrato de tomate
- 1 colher (sopa) de manteiga
- 1 colher (sopa) de páprica doce
- 1 colher (sopa) de páprica picante
- casca de meio limão, em tiras grossas
- 1 colher (café) de açúcar
- 1 colher (chá) de kümmel (pode ser cominho, se não achar)
- Água para cozinhar
- Sal a gosto
- 1/4 xícara de farinha de trigo

Modo de preparo:
Misture o açúcar, o kümmel (ou cominho), as cascas de limão, e reserve.
Em uma panela, refogue a carne na manteiga, até dourar um pouco. Coloque as pápricas picante e doce e sal a gosto. Acrescente a cebola, e vá misturando, até a cebola ficar transparente. Coloque o extrato de tomate, junto com a mistura kummel/casca de limão/açúcar. Misture mais um pouco. Deixe cozinhar por aproximadamente 4 horas e vá acrescentando água quente/morna conforme a necessidade durante o cozimento (costumo colocar uma concha cheia cada vez). Quando a carne estiver extremamente macia (espete com o garfo), quase desfazendo, está pronta. O toque final é acrescentar a farinha de trigo peneirada, logo após acrescentar a última concha de água para o cozimento, para dar uma engrossada no molho.

Spatzli

Ingredientes:
- 250g de farinha de trigo peneirada
- 1 copo (200ml) de leite morno
- 2 ovos
- Uma pitada de sal
- Uma pitada de pimenta do reino

Modo de preparo:
Misture tudo até a massa ficar mais consistente e elástica. Corte em pedaços pequenos e coloque para cozinhar em água fervendo. Conforme subir (flutuar), recolha com uma escumadeira e jogue em um recipiente com água fria (que faz com que não gruda uma na outra). Escorra e sirva.

Semmelknödel (alternativa ao spatzli, mais trabalhosa, porém mais saborosa)

Ingredientes (para 8 bolas, que devem ficar do tamanho de uma laranja):
- 8 pães franceses amanhecidos
- 1 1/2 copo (300ml) de leite
- 1/2 cebola bem picadinha
- 2 ramos de salsinha picada
- 50g de toucinho defumado picadinho (ou presunto cru, se preferir)
- 2 ovos
- 1/4 xícara de farinha de trigo
- 1 pitada de noz moscada
- 1 pitada de sal
- 1 pitada de pimenta-do-reino

Modo de preparo:
Vamos usar apenas o miolo do pão amanhecido - retire a casca com uma faca e corte em cubos. Acrescente o leite morno, para amolecer. Quando o pão estiver uma espécie de massa em meio ao leite, adicione todos os outros ingredientes (com exceção da farinha de trigo), aos poucos, misturando bem. Caso esteja um pouco mole, vá adicionando a farinha até atingir uma consistência mais firme. Faça bolas da massa resultante com as mãos, do tamanho de uma laranja pequena. Cozinhe, sem ferver, em água com sal. Quando as bolas subirem à superfície, estão prontas para servir. Dica: quando já estiver no prato, não corte as bolas, "rasgue" com o garfo (apoie com a faca e puxe com o garfo). A parte rasgada é mais porosa do que se tivesse sido cortada, e portanto melhor para se jogar o goulash por cima, absorvendo o molho.

Depois me digam como ficou!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Atum em Crosta de Gergelim


Aos amantes de cozinha japonesa esse é um prato necessário e já conhecido. Aos frequentadores do Restaurante Ráscal, também é figurinha carimbada, por ser um dos únicos pratos fixos do habitual cardápio rotativo da casa. O atum em crosta de gergelim acompanha muito bem saladas ou legumes cozidos. E o melhor é que é muito fácil de se fazer e tem seu sabor acentuado quando acompanhado por um molho agridoce.

Uma delícia de receita para comer sem se preocupar com calorias e agradar muito o paladar. Então aprenda a fazer esse delicioso atum, que também pode ser substituido pelo salmão.

Peça ao peixeiro que limpe bem uma peça de atum (em torno de 500 g) e o tempere com sal a gosto. Para que o peixe fique todo envolto com gergelim, pegue duas claras e bata-as levemente e passe em todo o filé e logo em seguida na mistura de gergelim branco e preto (100g de cada). Aos que gostam de mais tempero, pode-se incluir aqui coentro e pimenta branca a gosto. Com o atum completamente envolto de gergelim, enrole-o no papel filme a fim de fixar bem a crosta ao peixe.

Apenas para melhor visualização, veja os ingredientes:

Atum (500g)
2 claras
100g Gergelim Branco
100 g Gergelim Preto
Coentro (a gosto)
Pimenta Branca (a gosto)

Agora o modo de preparo deve ser rápido. Coloque um fio de azeite na frigideira, em fogo alto, tire o papel filme e frite por 1 minuto de cada lado do peixe, dourando apenas o entorno e o centro do peixe está cru. Essa é a idéia. Pronto. Fácil. Agora corte o peixe em fatias finas, prepare uma bela salada ou faça um simples molho agridoce.

Para prepara o molho agridoce você precisa de:

1 xícara (chá) de vinagre balsâmico
1/2 xícara (chá) de saquê
10 colheres (sopa) de açúcar

Misture os ingredientes numa panela, em fogo médio esperando reduzir até a metade do volume inicial. Fica com uma aspecto de caramelo, mas que com o peixe acompanha muito bem, principalmente pelo predomínio do sabor do gergelim.

Essa é uma receita fácil e muito gostosa, principalmente aos que amam comida japonesa e acham que não tem mão/capacidade para fazer. Aos que não gostam ou tem receio de comer peixe cru, essa é uma possibilidade de quebrar o preconceito.