quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Cenas de um Casamento

Como começar a entender o cinema de Ingmar Bergman. Ao invés de ir de cara com "O Sétimo Selo", "Fanny e Alexander" ou "Morango Silvestres", caiu nas minhas mãos o livro "Cenas de um Casamento" do histórico diretor sueco. Então, a fim de desestruturar a aura imaculada que há em volta de Bergman, decidi me arriscar - até porque um livro tem capacidade de ser muito mais complexo do que qualquer obra audiovisual. Porém, diferente de tudo que tenho lido atualmente, logo percebi nos primeiros parágrafos que haviam apenas diálogos e pequenas menções de estado ou lugar, como se estivesse lendo um roteiro cinematográfico. Essa estranhesa foi substituida pelo envolvimento que a vida, ou seria montanha russa, de Marianne e Johan nos proporcionam.

Dividos em 6 capítulos, vemos a vida do casal Marianne e Johan mudar por completo do começo ao fim do livro. De cara começa com a perfeição em forma de casamento. A família perfeita é composta por Marianne, uma advogada bem sucedida, Johan, um professor renomado e duas filhas lindas. Os medos e incertezas comuns de todos que trocam alianças não existem. A confiança, felicidade e exemplo de perfeição do que a burguesia introduziu em nossas mentes do que a instituição família.

Ao decorrer das os fantasmas da impaciencia, imaturidade, ódio, paixão e amor surgem como explosões incontroláveis de lavas de um vulcão. Os diálogos vão ficando cada vez mais agressivos, intensos e envolventes ao leitor. A saída de Johan de casa por conta de uma paixão incontrolável é o grande auge das mudanças na vida do casal. A perfeição cai por terra. Olham para trás e vêem que não foram felizes, não viveram e não foram amigos. A verdade que deveria permear a relação, nunca existiu. Entre idas e vindas, visitas surpresas, acasos, o ex-casal volta a buscar respostas, certezas. Voltar é uma solução? Não há como saber nunca.

Bergman nos agracia com um livro-diálogo de tamanha força. Os personagens são infantílmente interessantes e maduramente complexos. São capazes de frases inesquecíveis e bobagens condenáveis. Acessos de fúria, agressões, sexo e conhaque à beira da lareira, são elementos das variações de humor desse casal, mas que poderia ser de todos nós. A vida a dois (ou a não vida) tem nesse livro um representante à altura do definitivo. O meu fantasma sobre Bergman se dissipou. Agora vou começar a me embrenhar na filmografia. Só por questão de gratidão, começarei com a série (de 6 capitulos feito para a Tv sueca) ou o filme, que nada mais é do que a fragmentação da série. Assim que o fizer, digo o que achei. Liv Ullmann e Erland Josephson dão vida aos queridos Marianne e Johan.


terça-feira, 14 de junho de 2011

P. J. Clarkes


Quem gosta de lanchonetes certamente já conhece o P.J.Clarkes. Se não conhece, não sabe o que está perdendo. E não pense que só vale a pena pelos hamburgueres suculentos. Tudo o que está lá é extremamente saboroso, dos drinks às sobremesas. Com estilo totalmente inspirado em NY (até por ser uma filial de um restaurante de lá), com mesas com toalhas quadriculadas, sofás vemelhos, meia luz, vitrais e muita madeira nos remete aos bares da Big Apple. Pode parecer brega pela quantidade de informação, mas, engana-se, é um ambiente extremamente aconchegante e relaxante. Talvez um pouquinho mais de luz ajudasse, mas nada que incomode. Também tem um grande telão, com esportes. Mas vamos ao que interessa.

Hell's Kitchen - participante do Festival

Os lanches são feitos todos com hamburgueres caseiros, altos e muito suculentos. O ponto no PJ é o nosso mal passado, mas não êxite em pedi-lo assim, visto a alta de qualidade dos  ingredientes usados na cozinha. Atualmente estão com um Festival "Totalmente New York" (até o final de agosto de 2011) de hamburgueres em homenagem à cidade e além dos lanches constantes no cardápio (destaque ao hamburguer e cheeseburguer). Dentre o Festival há opções com hamburgueres de siri, frango e linguiça toscana. Vá e perderá um grande tempo escolhendo o que comer, seja do menu fixo ou do Festival. Também há outras opções como saladas, pratos e até um bar de ostras. Eu disse, a escolha é complicada.

Para acompanhar há choop Brahma e Guinness (quarta é dia de Guinness Hour), cervejas como Leffe e Brooklin (já comentamos aqui sobre a Brooklin 1). Mas não deixe de dar uma olhada nos coquetéis do bar, com misturas diferentes e bem saborosas, além dos tradicionais drinks - destaque para o levíssimo Cosmopolitan.


Chegando ao fim, quando você já está satisfeito, guarde lugar para o cheesecake da casa, já eleito o melhor da cidade pela Revista Época São Paulo e comprovo - é o melhor que já provei nessa vida. Há outras tentações, mas caso vá acompanhado, um dos dois deve pedir o doce de queijo.

P.J. é ótimo por si só, mas tudo fica ainda melhor com a recepção e atenção dos funcionários, bem informados, educados e muito agradáveis. Sem dúvida, uma coroação de todo o êxito conseguido com as delícias do cardápio. O P.J. abre todos os dias e fica na Dr. Mario Ferraz, 568 no Itaim Bibi - São Paulo.

Notas:

Ambiente: 8,5
Atendimento: 9,5
Comida: 9,5

terça-feira, 7 de junho de 2011

Freixenet Cordon Negro Brut


Comemorações, festas, encontros, namoros ou momentos casuais, o Cordón Negro se adapta à todas as ocasiões por seu frescor, aroma frutado e sua cor amarelo palha, ornada com suas permanentes borbulhas, o que é imprescindível num bom espumante. Ele é seco porém pouco ácido, deixando-o leve para consumo livre ou acompanhando um belo jantar ou uma bela mesa de queijos. Uma delícia de espumante para se deliciar. É amor à primeira degustada.

Espumante, cava, vinho, frisante. Cada um chama de um jeito, mas uma cava não deixa de ser um espumante, assim como o Champagne. Para facilitar, cava é a champagne da Espanha, por conta da região que é feita. Esta denominação de origem é exclusiva dos vinhos espumantes espanhóis feitos em várias áreas do noroeste da Espanha (grande parte da região da Cataluña). Seguindo o método champenoise, a Freixenet Cordon Negro Brut destaca-se por conseguir alcançar reconhecimento internacional e fazer de sua marca um codinome do estilo cava.

A Freixenet Cordon Negro Brut é composta das uvas Parellada (40%), Macabeo (35%) e Xarello (25%). O teor alcoolico é de 12,00%. Para um maior aproveitamento dos aromas e da espuma deve-se consumir a cava a uma temperatura de 6 a 7ºC. Se ainda não provou, vale a pena.

Preço Médio: R$ 50,00

Site Oficial

Nota: 9

terça-feira, 24 de maio de 2011

Café


Simples assim. Um cafézinho, por favor. O mundo é tarado por café e por isso não podemos deixar de tê-lo por aqui. Há uma infinidade de opções em cafeterias, tipos de cafés, cafeteiras expressas e o café a bebida (sem contar a água) mais consumida no mundo - 400 bi xícaras por ano. Do café feito em casa, ou moído na hora, àqueles elaborados como drinks, ele é um ótimo companheiro para todos os momentos, para confraternizar, conversar, fumar, relaxar, despertar. Cada um usa uma desculpa para tomar um cafézinho.

Para fazer um café tradicional é simples.

- 2 colheres (sopa) de café
- 200 ml de água filtrada

Após esquentar a água, deixe-a ferver. Despeje-a no coador com o pó do café e sinta o cheiro dessa bebida maravilhosa. Sabemos que poucas pessoas gostam dele puro, sem adoçar, mas tente prová-lo assim, pois só assim conseguimos sentir o verdadeiro sabor dele. Óbviamente há variações por gosto, mas essa é a base de tudo. Acrescente canela, mais pó, chantilly, leite, conhaque ou o que quiser. Café é uma bebida incrível para brincar e inventar. Mas para quem não sabe nem fazer pipoca de microondas já pode se aventurar e fazer o cafézinho e agradar os amigos e as visitas.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Licor 43

Um sabor único e marcante. É assim que "43" pode ser definido. Corro o risco de dizer que no mercado não há nenhum licor com tal competência, pois seu buquê é inconfundível. De aroma forte e sabor delicioso (por não dizer delicado), o Lícor tem uma força que, como o próprio Zeezo diz: "é um licor para homem". Obvio que há mulheres que gostam, mas definitivamente sua força dá a conotação de que se há um licor de homem, o 43 é o símbolo.

A mistura de 43 ingredientes naturais e uma elaboração quase artesanal fazem deste espanhol um símbolo das bebidas alcoolicas da Espanha. A fórmula é secreta e milenar, pois desde antes da descoberta da Espanha já havia indícios de produção de licores naquele território. E o uso de frutas cítricas com plantas aromáticas já estavam no "cardápio". Desde a descoberta, pela destilaria Diego Zamora S.A., em 1924, do tal método secreto tornou o licor mais suave, e por meio da adição dos mágicos 43 ingredientes especiais, obtiveram esse deus do mundo dos licores. Se não conhecem, não percam tempo.



O 43, como a maioria dos licores, costumeiramente, é ingerido em sua forma cru ou gelado, porém em seu site oficial há algumas opções de coquetéis para serem feitos. Não provei, mas fiquei com gostinho na boca para tentar.



Nota: 9

terça-feira, 19 de abril de 2011

O Fantasma

Logo na capa diz: "Um dos melhores romances de 2007" pela The Economist. Na contra-capa duas agraciações. Uma de Nelson Mandela "Um escritor que manipula o suspense como um Alfred Hitchcock das letras" e a Independet diz "... um excelente escritor de thrillers". A expectativa vai aos céus pelo romance de Robert Harris. E ela é verdadeiramente consumada. "O Fantasma" é um dos melhores livros que li nos últimos tempos. Um best-sellers com cara de best-seller, com todos atributos de fixação, densidade, inteligente e sem o apelo de ser um conto infanto-juvenil, tão comum em época de Harry Potter e outros.

Durante as 318 páginas do livro, a história contada em primeira pessoa pelo ghost-writer (que não saberemos o nome) do ex-primeiro-ministro inglês Adam Lang. Ele fora chamado para o projeto pois o antigo escritor morreu de forma suspeita e foi encontrado boiando no mar. Longe de Londres para esse serviço, o escritor e o "contador de história" Lang vão avançando nas histórias, contando suas aventuras na faculdade, seu envolvimento político, sua história de amor por Ruth. Mas suspeitas começam a pairar no ar, assim que o manuscrito deixado por McAra começa a despertar uma ânsia de saber mais e mais do que está por trás da podridão do mundo político. Guerra do Iraque, assassinatos, espionagem, envolvimentos dúbios, traição, acordos suspeitos e muita pressão rondam a casa de veraneio dos Lang nos EUA. O ditado de quanto mais se mexe, mais fede se aplica inteiramente na política e temos mais certeza ao decorrer das páginas. Além da política, conhecer um pouco mais do que faz um ghost-writer foi muito interessante. Ser o responsável e não aparecer é uma das profissões mais difíceis e, pelo visto, mais perigosas.

Por suas características obvias e com menções à atitudes que o antigo primeiro ministro inglês, Tony Blair, "O Fantasma" é considerado um ato jornalistico em forma de romance. Harris consegue fazer um livro político e visceral, uma leitura fácil e empolgante. Agora, terminado o livro, sinto falta de nos momentos de bobeira não tê-lo para descobrir mais e mais. Harris me conquistou e estou atrás de outros livros seus. Bom, apenas para finalizar com chave de ouro, agora verei "O Escritor Fantasma", o último filme de Roman Polanski, baseado nesse best-seller. Dificilmente leio os livros antes de ver o filme, mas como me envolvi muito com a literatura de "O Fantasma", agora deixo que Polanski me surpreenda e consiga extrair o melhor do livro para a tela. Pelo trailer, acredito que conseguirá. Vejam:


Apesar de já saber os atores que estão no filme, lendo estava muito claro para mim que Ewan McGregor seria um perfeito ghost-writer. Brosnan também se encaixa muito bem no papel de de Lang. Agora é ver e conferir como Polanski "viu" esse livro dentro da cadeia e fez esse filme de lá.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Eu Amei Victoria Blue

Com o grande sucesso do filme "Bruna Surfistinha", o livro de Raquel Pacheco, "O Doce Veneno do Escorpião" voltou às prateleiras com força total. Mas toda a história da Bruna já é conhecida, tanto que virou filme. Então vou lhes apresentar Victoria Blue, para os mais íntimos, Fernanda.

O escritor Estêvão Romane retrata uma história verídica aos olhos do personagem Davi. A história de um brasileiro vivendo em Nova York em busca de conhecimentos, novas experiências, estudando, curtindo a vida, poderia ser escrito por milhares de compatriotas e ser um livro chato, como um diário. Mas Davi tem algo a mais que nenhum outro diário tem. Ninguem tinha Fernanda em sua história.

Fernanda cai de para-quedas na vida de Davi. Gaucha, bonita, culta buscando espaço em NY, ele logo se prontificou a ajudá-la, obviamente com segundas intenções. Com a aproximação e o envolvimento, fantasmas da vida da moça começaram a pairar sobre a vida do casal recém formado. Ataques de pânico, história de abusos e por vezes desconexas, medos incompreessíveis e a vida de Davi nunca mais seria a mesma. A desconfiança de que algo estava errado sempre exitiu, porém o envolvimento e a compaixão por um ser tão indefeso e desprotegido cegaram Davi, que se envolveu e amou Fernanda. 8 meses de um relacionamento caótico, apaixonado, desconfiado e sensual. Davi narra as brigas, as conquistas, as dúvidas e todo o relacionamento com Fernanda. É um livro de auto-ajuda quando o assunto é não enlouquecer com uma mulher de TPM 365 dias do ano.

Toda a história é muito dinâmica, em capítulos curtos, com algumas dicas do que fazer em NY e com um quê de Charles Bukowski nos momentos mais sensuais. Porém o grande erro do livro é entregar logo na capa o que veremos só no desfecho do livro. Começar a história já esperando o desfecho e a desnudação de Fernanda em Victoria Blue deixa tudo mais obvio, mesmo com os indícios, deixando o clímax da revelação um pouco mais morno. Mas isso não é motivo para não lê-lo, até porque tem uma leitura muito fácil, com liguajar totalmente atual, como numa confissão de um amigo que passou por mals bocados, apesar de tudo ser muito cômico, já que não se tornou trágico. Estêvão consegue prender a atenção e como o conselho na contra-capa do livro: "Não abra este livro se não tiver tempo. Porque, seja lá onde você estiver, não vai largá-lo até Victoria Blue se desnudar". É bem por aí mesmo. Já que "Bruna Surfistinha" é grande sucesso nos cinemas, tenho certeza que a história de Victoria Blue tem grande potencial para ser contado na tela grande.

Preço Médio: R$ 30,00
Editora Geração Editorial

quinta-feira, 3 de março de 2011

Cheesecake

Sempre tive um certo preconceito com Cheesecake. Certamente foi um trauma de alguma receita horrorosa com gosto de Polenguinho com Morango. Porém, a partir de uma tentativa de superar essa rejeição, busquei uma receita e decidi eu mesmo fazê-lo. E quem pensa que é algo de outro mundo, difícil e é melhor comê-lo em algum restaurante, engana-se. Uma receita fácil, gostosa e rápida. Prepare-se para impressionar com um cheesecake que servirá de sobremesa para uma jantar descompromissado ou após um almoço de domingo. Prepare sua forma e lambuse-se.


Receita

Massa:
  • 125 g de Biscoito Maisena
  • 75 g de Manteiga amolecida
Creme:
  • 300 g de Cream Cheese
  • 60 g de Açúcar de Confeiteiro
  • 1 colher (chá) Essência de Baunília (caso tenha, Sementes de 1 fava)
  • 1/2 colher (chá) de Suco de Limão
  • 250 ml de Creme de Leite Fresco.
Obs.: Apenas como informação. Não tentem usar creme de leite comum e açúcar refinado, não funcionam.

O preparo é simples. Bata os biscoitos até esfarelar. Junte a farofa à manteiga e bata até virar uma massa compacta. Não é necessária uma batedeira, apenas se for de sua preferência. Essa será a base do Cheesecake. Coloque uniformemente na forma redonda com fundo removível.

Junte e bata o Cream Cheese, Açúcar de confeiteiro, Essência de Baunília, Suco do Limão até ficar bem cremoso. Só no final, após formar um creme, misture ao Creme de Leite Fresco e espalhe sobre a base de biscoitos. Leve à geladeira por 1 horas a fim de dar consistência ao cheesecake.

Retire da Geladeira e agora vamos para a cobertura. Se quer facilidade, agilidade e se gosta, pegue uma Geléia (de boa qualidade) do sabor de sua preferência e espalhe sobre o Cheesecake. Sei que há variações, mas as de frutas vermelhas combina mais do que outras "criações". Para quem quer fazer, pode usar a receita de Calda de Morango e fazer com a fruta de sua preferência, ou uma mistura de frutas. Além do morango, a de Mirtilo (Blueberry) é uma delícia. E está pronta para servir e surpreender seus convidados ou devorar sozinho.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

St. John's Irish Pub



Com a aproximação do St. Patrick's Day, pensei instantaneamente no St. John's Irish Pub. Primeiramente por ser o único Pub genuino da Zona Leste. Há outros bares que colocam a identificação no nome, mas de pub nada tem. Uma casa que existe desde 2004, fincada no meio do Tatuapé, e que deu muito certo. Um pedacinho da Irlanda no meio da cidade.

A decoração é típica de pub, cheia de flâmulas, referências às cervejas, iluminação de tabernas e com telão pra assistir jogos, seja de futebol, rugby, futebol americano ou o que a galera quiser ver. Apesar dos dois andares, o pub é pequeno porém aconchegante e acolhedor, sem esquecer da mesa de snooker e do clássico jogo de dardos. Aos finais de semana as atrações sempre são as bandas de rock cover, se é que U2 é rock. Mas essa não é a questão, o que importa é que regado a chopps tradicionais, as bandas tem um ótimo nível. Veja a programação completa no site que é atualizado constantemente.

Bom, como disse, pub sem cerveja/chopp não é pub. Então o St. John's tem 3 opções de pints: o cremoso Erdinger, a Guinness encorpada e a amarga-gostosa Heineken. Além dos chopps há uma diversidade enorme de cervejas especiais, como Wexford, Fuller's Honey Dew, Murphy's Red, Czechvar, Leffe e Newcastle. Claro, para quem ainda não está acostumado com as cervejas mais fortes e de paladar diferente do conservador, há as cervejas nacionais. Para acompanhar esse bebedeira o pub oferece uma lista grande de porções e lanches inspirados em pratos tradicionais da Irlanda. Destaque à West Wings, asinhas de frango bem sequinhas e deliciosas, o John's Burger, um grande hambuguer tradicional mas bem saboroso e as John’s Cheese Fries, no mesmo esquema da famosa batata do Outback. Os preços da casa são bons, nada abusivos e ainda há dias com promoções como paga 2 e leva 3 ou mesmo a tradicional Guinness Hour ou a Heineken Day, com preços promocionais que valem a pena. E perceba, os frequentadores são clientes cativos da casa. Quem vai, é bem atendido e cria o hábito de frequentar o John's.


Para quem gosta de pub, é uma ótima pedida pelo clima,  Aos que não tem muita paciencia com lugares cheios e lotados, deixe para visitar e conhecer durante a semana. Invariavelmente aos finais de semana a procura é maior e costuma ficar muito cheio. E se quiser ir ao St. John's tomar um chopp verde em homenagem à São Patrício  que está a cada ano mais tradicinal em terras tupiniquins - chegue cedo ou procure outro pub, mas prepare-se, será dificil todos não estejam abarrotados.

Ambiente: 8,5
Atendimento: 8,5
Comida: 8,0

O St. John's Irish Pub fica localizado na Rua Itapura, 1327 - Tatuapé. O funcionamento da casa é o seguinte: Terça a Quinta à partir das 19hs até 2hs, Sexta e Sábado à partir das 19hs até 4hs e aos Domingo à partir das 19hs até meia-noite. 

Site Oficial - http://www.stjohns.com.br/

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Jordão

O bairro do Tatuapé cresce em todos os sentidos. São os arranha-céus, comércio, serviços. E com isso torna-se ponto fácil e obrigatório de novos restaurantes, bares e casas noturnas. O Jordão, como a Frutaria da Praça, chega e instala-se no centro do bairro com uma nova proposta: um bar arquitetonicamente bonito (estilo europeu) e com cardápio bar-gourmet; lógico, acompanhado de um chopp Brahma muito bem tirado. Além de tudo uma ótima estória inspirou a criação do bar. Ela pode ser lida lá mesmo ou no bonito site do Jordão.

Bom, antes de ir ao que leva um bar a ser bar, falarei um pouco da decoração. Antigamente onde está instalado o Jordão era um restaurante antigo de comida alemã, que acabou sendo esquecido no bairro por não ter se atualizado. Com uma grande reforma, escolha de belo imobiliário, além das tevês espalhadas pelo bar, o lugar ficou aconchegante, elegante e muito bem harmonizado entre seus diversos ambientes que compõe o Jordão, sinônimo de bar-elegante da cidade de São Paulo, valorizando ainda mais o Tatuapé/Jardim Anália Franco.

Varanda do Jordão
 O cardápio é variado e vai de quitutes comuns (porém bem gostosos) em bares como porções de pastéis até saladas e wraps, além da especialidade da casa: tapas espanholas, que são apetitosos tira-gostos. Há opções para todos os paladares. Os drinks clássicos são cuidadosamente feitos pelo barman. Há também opção aos que gostam da comodidade dos Clubes. Há da Cachaça (uma boa variedade) e do Whisky. Para os fãs de vinho, não se preocupe, o Jordão também tem opções para você. O grande carro chefe da casa é o Chopp Brahma (nas versões Claro e Black), que como disse, é muito bem tirado e sempre na temperatura ideal. Servido em tulipas, calderetas ou em canecas lindas e personalizadas. E melhor, o atendimento é rápido e sempre próximo para atender os pedidos.

Uma casa dessas certamente não poderia ter um preço comum. O preço é um pouco acima da média de bares, porém pelo ambiente vale a pena. Sempre cheio, inaugurado em Setembro de 2010, é um grande sucesso. Você que não é da região, vale um pulinho para conhecer o lindo Jordão.


Ambiente: 9,5
Atendimento: 8,5
Comida: 8,5

O Jordão fica localizado na Rua Apucarana, 1452, no Jardim Anália Franco. O funcionamento é de terça à domingo.

Site Oficial - http://www.jordaobar.com.br/

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Em Águas Profundas

David Lynch é um dos meus cineastas prediletos e foi exatamente esse o motivo pelo qual esse livro me despertou interesse. E esse interesse só aflorou ainda mais por pesquisar e descobrir que ele é um dos maiores divulgadores, uma verdadeira bandeira da Meditação Transcendental - uma eterna curiosidade em minha mente. Não mentirei, mas também ficou uma pulga atrás da orelha por decifrar muitos enigmas que momentos inteligíveis (e não são poucos) de seus filmes nos proporcionam. Ele mesmo diz que não é bom com palavras e por isso a linguagem do cinema é sua predileta: uma composição de vários sentidos para transmitir a mensagem completa e em sua plenitude. Portanto, longe de uma grande literatura, "Em Águas Profundas" é muito mais de dicas, idéias e exploração de mares nunca antes navegados.

A partir da leitura a figura e os filmes de Lynch passam a fazer muito sentido. A visão e a percepção de mundo que ele nos transmite é algo surreal. A Meditação Transcendental (a qual pratica há mais de 35 anos) é uma verdadeira droga: viciante, remete a mundos extraterrenos e causa uma sensação de prazer imenso - só contrapõe o fato de não causar mal algum à saúde, pelo contrário, só dá novas perspectivas e aflora uma criatividade antes inexistente. Nas 204 páginas temos parte biografica, páginas vazias com apenas pensamentos soltos, muitos relatos sobre suas experiências com yoga e meditação e, para quem não se interessa muito pelo lado místico, muitas informações sobre seus filmes e perspectiva dessa onda de cinema digital.

Seja dizendo que a montagem de "Eresehead" foi inspirada em uma linha da Bíblia, do arrependimento de ter permitido que o estúdio fizesse a edição final, da criação da série "Twin Peaks" e diversos mini-capítulos sobre sua última produção comercial "Império dos Sonhos", David Lynch prova que atrás de loucura e de seu característico topete, há um mente sã, limpa e totalmente consciênte de todas suas atitudes. A única diferença é que a criatividade alcançada com a Meditação lhe transporta a um mundo ideal. Agora só falta nos encontrarmos lá para entendermos o que ele quer dizer com sua filmografia que ultrapassa os limites do independente.

"Se for para pegar um peixinho, pode ficar em águas rasas.
Mas se quer um peixe grande, terá que entrar em águas profundas" (David Lynch)



Filmografia de David Lynch:

Eraserhead (1977)
O Homem Elefante  (1980)
Dune (1984)
Veludo Azul (1986)
Coração Selvagem (1990)
Twin Peaks: os Últimos Dias de Laura Palmer (1992)
A Estrada Perdida (1997) 
História Real (1999)
Cidade dos Sonhos (2001)
Império dos Sonhos  (2006)


Lynch além dos longas, tem uma vasta quantidade de curta-metragens e utiliza a internet como grande expositor de suas pequenas obras. Também é responsável pela David Lynch Foundation sobre a divulgação da Meditação Transcendental no planeta.

Veja vídeo onde ele explica como a Meditação auxilia e amplia sua criatividade e outras coisas mais. Essa experiência foi dividida durante sua visita ao Brasil na divulgação desse livro. Confira, encante-se e leia esse livro:


Nota: 7,5

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Google Art Project


O Google lançou hoje o Art Project, um serviço interativo sensacional, uma espécie de Street View da arte. É possível explorar museus de todo o mundo, em que o usuário pode passear pelo museu (num esquema igual ao Street View) e visualizar as obras que desejar em alta resolução. Não é demais visitar um museu que jamais sonharia ver, do outro lado do mundo, sem sair de casa?

Num trabalho que demorou 18 meses, é possível visitar 17 museus, como o MoMA e o Metropolitan de Nova York, a Galeria Ufizzi de Florença, o Tate de Londres, o Van Gogh Museum de Amsterdã (veja fot acima)...

Visite e se perca, por infinitas horas: http://www.googleartproject.com/

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Goulash


No almoço de Natal preparei um de meus pratos prediletos: goulash. Me lembra a minha infância, quando minha bisavó (que era alemã) preparava esse prato típico da Hungria, mas que fincou raiz também na Alemanha e Áustria. Existem variações em que na receita vá batatas, cenouras, alcatra no lugar do músculo e coisas do tipo, mas vou ensinar a receita mais tradicional possível, que fica bem próximo do que minha bisavó fazia. Normalmente, é servido na Hungria com spatzli, uma espécie de gnocchi mais consistente (aqui no Brasil costumam servir com arroz - o que considero um sacrilégio - e com macarrão também. Não faça isso! Vai estragar o sabor final!). Ensinarei também a fazer o spatzli (que é muito fácil) e ensinarei uma outra alternativa, que era o que eu comia quando criança: semmelknödel, que é uma espécie de bola de pão cozida com especiarias, muito popular na Alemanha. Atenção: é demorado; se for servir no almoço, comece de manhãzinha. Vale a pena, o resultado é divino e a carne literalmente se desfaz na boca.

Goulash (para 4 pessoas)

Ingredientes:
- 1 kg músculo cortado em cubos
- 2 cebolas cortadas em rodelas grossas
- 3 colheres (sopa) de extrato de tomate
- 1 colher (sopa) de manteiga
- 1 colher (sopa) de páprica doce
- 1 colher (sopa) de páprica picante
- casca de meio limão, em tiras grossas
- 1 colher (café) de açúcar
- 1 colher (chá) de kümmel (pode ser cominho, se não achar)
- Água para cozinhar
- Sal a gosto
- 1/4 xícara de farinha de trigo

Modo de preparo:
Misture o açúcar, o kümmel (ou cominho), as cascas de limão, e reserve.
Em uma panela, refogue a carne na manteiga, até dourar um pouco. Coloque as pápricas picante e doce e sal a gosto. Acrescente a cebola, e vá misturando, até a cebola ficar transparente. Coloque o extrato de tomate, junto com a mistura kummel/casca de limão/açúcar. Misture mais um pouco. Deixe cozinhar por aproximadamente 4 horas e vá acrescentando água quente/morna conforme a necessidade durante o cozimento (costumo colocar uma concha cheia cada vez). Quando a carne estiver extremamente macia (espete com o garfo), quase desfazendo, está pronta. O toque final é acrescentar a farinha de trigo peneirada, logo após acrescentar a última concha de água para o cozimento, para dar uma engrossada no molho.

Spatzli

Ingredientes:
- 250g de farinha de trigo peneirada
- 1 copo (200ml) de leite morno
- 2 ovos
- Uma pitada de sal
- Uma pitada de pimenta do reino

Modo de preparo:
Misture tudo até a massa ficar mais consistente e elástica. Corte em pedaços pequenos e coloque para cozinhar em água fervendo. Conforme subir (flutuar), recolha com uma escumadeira e jogue em um recipiente com água fria (que faz com que não gruda uma na outra). Escorra e sirva.

Semmelknödel (alternativa ao spatzli, mais trabalhosa, porém mais saborosa)

Ingredientes (para 8 bolas, que devem ficar do tamanho de uma laranja):
- 8 pães franceses amanhecidos
- 1 1/2 copo (300ml) de leite
- 1/2 cebola bem picadinha
- 2 ramos de salsinha picada
- 50g de toucinho defumado picadinho (ou presunto cru, se preferir)
- 2 ovos
- 1/4 xícara de farinha de trigo
- 1 pitada de noz moscada
- 1 pitada de sal
- 1 pitada de pimenta-do-reino

Modo de preparo:
Vamos usar apenas o miolo do pão amanhecido - retire a casca com uma faca e corte em cubos. Acrescente o leite morno, para amolecer. Quando o pão estiver uma espécie de massa em meio ao leite, adicione todos os outros ingredientes (com exceção da farinha de trigo), aos poucos, misturando bem. Caso esteja um pouco mole, vá adicionando a farinha até atingir uma consistência mais firme. Faça bolas da massa resultante com as mãos, do tamanho de uma laranja pequena. Cozinhe, sem ferver, em água com sal. Quando as bolas subirem à superfície, estão prontas para servir. Dica: quando já estiver no prato, não corte as bolas, "rasgue" com o garfo (apoie com a faca e puxe com o garfo). A parte rasgada é mais porosa do que se tivesse sido cortada, e portanto melhor para se jogar o goulash por cima, absorvendo o molho.

Depois me digam como ficou!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Atum em Crosta de Gergelim


Aos amantes de cozinha japonesa esse é um prato necessário e já conhecido. Aos frequentadores do Restaurante Ráscal, também é figurinha carimbada, por ser um dos únicos pratos fixos do habitual cardápio rotativo da casa. O atum em crosta de gergelim acompanha muito bem saladas ou legumes cozidos. E o melhor é que é muito fácil de se fazer e tem seu sabor acentuado quando acompanhado por um molho agridoce.

Uma delícia de receita para comer sem se preocupar com calorias e agradar muito o paladar. Então aprenda a fazer esse delicioso atum, que também pode ser substituido pelo salmão.

Peça ao peixeiro que limpe bem uma peça de atum (em torno de 500 g) e o tempere com sal a gosto. Para que o peixe fique todo envolto com gergelim, pegue duas claras e bata-as levemente e passe em todo o filé e logo em seguida na mistura de gergelim branco e preto (100g de cada). Aos que gostam de mais tempero, pode-se incluir aqui coentro e pimenta branca a gosto. Com o atum completamente envolto de gergelim, enrole-o no papel filme a fim de fixar bem a crosta ao peixe.

Apenas para melhor visualização, veja os ingredientes:

Atum (500g)
2 claras
100g Gergelim Branco
100 g Gergelim Preto
Coentro (a gosto)
Pimenta Branca (a gosto)

Agora o modo de preparo deve ser rápido. Coloque um fio de azeite na frigideira, em fogo alto, tire o papel filme e frite por 1 minuto de cada lado do peixe, dourando apenas o entorno e o centro do peixe está cru. Essa é a idéia. Pronto. Fácil. Agora corte o peixe em fatias finas, prepare uma bela salada ou faça um simples molho agridoce.

Para prepara o molho agridoce você precisa de:

1 xícara (chá) de vinagre balsâmico
1/2 xícara (chá) de saquê
10 colheres (sopa) de açúcar

Misture os ingredientes numa panela, em fogo médio esperando reduzir até a metade do volume inicial. Fica com uma aspecto de caramelo, mas que com o peixe acompanha muito bem, principalmente pelo predomínio do sabor do gergelim.

Essa é uma receita fácil e muito gostosa, principalmente aos que amam comida japonesa e acham que não tem mão/capacidade para fazer. Aos que não gostam ou tem receio de comer peixe cru, essa é uma possibilidade de quebrar o preconceito.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Diletto - Gelato Italiano


Tão acostumados aos sorvetes Nestlè, Garoto e Kibon nas padarias da cidade, ao ver Diletto já foi uma surpresa. Ao comprar e provar, uma deliciosa experiência sensorial. A história da sorveteria começa em 1922 no nordeste da Itália. O dono da idéia de misturar a neve à frutas frescas é o Nonno Vittorio Scabin que com a Primeira Guerra Mundial deixou a Itália e refugiou-se no Brasil. Agora, sob administração dos netos, a Diletto segue com alto padrão de qualidade, sabores inesquecíveis e textura aveludada e característica de seus sorvetes.

Além do chamativo logotipo, os sabores são o diferencial da marca. São sabores que originalmente só se encontra em pote, não em picolés. Saiba quais são: Limão Siciliano, Morango, Framboesa, Maracujá e Chocolate de Origem são os sorbets (sem leite). Já os blends são dos sabores Coco Malásia, Chocolate Italiano e o tradicional Menta e Chocolate. Para finalizar os gelatos de Pistache, Vanilla e Chocolate e o de Gianduia. Certamente eu não experimentei todos os sabores, mas só por ter provado os de Framboesa e Pistache sei que todos são maravilhosos.

Agora, assim que vejo o ursinho, sei que posso tomar um sorvete delicioso, de sabores diferentes dos popularmente famosos e ter garantia de satisfação. Não é fácil de achar as geladeiras da Diletto, mas ao vir uma, pare e prove. Certamente não se decepcionará.



La felicitá è un gelato. Ainda mais se for Diletto.

Preço: entre 4 e 6 reais.

Visite o site oficial - http://www.gelatodiletto.com.br/

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Mexicaníssimo

Esse restaurante abriu há cerca de um ano, perto de casa, e como sempre estava cheio, resolvi conferir - ainda mais que sou fã de comida mexicana!

Pequeno, porém acolhedor, logo dá para perceber que é um pouco diferente dos outros restaurantes mexicanos: não tem aquele ar tex-mex, nem uma decoração forçada para gringo acreditar. Parece que é como se fosse realmente no méxico: tudo naturalmente decorado, despretensioso, com belas tevês de plasma passando clipes moderninhos de música mexicana (ao invés daquelas coisas cucarachas feitas para turistas). Muito bacana!

Ao ser atendido, percebi o porquê de tudo aquilo: o dono (assim como a maior parte dos funcionários - incluindo - detalhe importante! - o cozinheiro) é mexicano - e foi ele quem me atendeu. Não é um poço de simpatia, um tanto bronco, mas não mal-educado. Ao perguntar sobre cada comida, me explicou como era cada uma e resolvemos participar do rodízio, para degustar tudo.

A grande surpresa foi que a comida não é nada parecida com o que eu havia experimentado antes: parecia comida caseira, genuína e com um sabor especial, sem exageros. Enfim, uma delícia! Pode pedir tudo, e comer sem medo, pois foi aprovado com louvor. Vá uma vez e volte sempre. Para beber, peça uma cerveja mexicana Dos Equis. O melhor de tudo é que o preço é super em conta: o rodízio sai por R$23,90 (almoço) e R$29,90 (jantar).

O Mexicanissimo fica na Rua Ribeirão Claro, 192 - Vila Olimpia. Abre todos os dias.

Notas:
Atendimento: 6,5
Ambiente: 8,0
Comida: 9,0

Site: http://www.mexicanissimo.com.br/

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Afinal, o Que Querem as Mulheres?


A qualidade das minisséries nacionais está cada vez melhor. Algumas históricas e outras biográficas. Aqui, temos uma pergunta clássica, porém nunca decifrada de Freud: "Afinal, o Que Querem as Mulheres?". Bom, se ele não eluscidou, sabemos que nunca teremos uma resposta, mas o diretor Luiz Fernando Carvalho, o melhor realizador da televisão nacional, ultrapassa o limite do genial e faz dessa minissérie de 6 capítulos, a melhor produção da televisão de 2010.

Temos o psicanalista André Newmann que inspirado pela fatídica pergunta faz sua tese do doutorado tentando decifrar o que nem Freud, que aparece nos sonhos de André, conseguiu. Durante as pesquisas e estudos, o seu relacionamento com Lívia rui, de forma cansativa e desestruturante. Porém esse obstáculo só o faz ter mais ímpeto pelos estudos e realmente entender o que elas e, principalmente, sua verdadeira paixão quer, afinal. Veja como eles se conheceram e perceba a qualidade técnica, do roteiro e dos detalhes:




Isso é apenas o começo de uma sucessão de amores e dessabores sobre o que sua tese de mestrado causará. Um best-seller, um seriado, outras mulheres, uma sombra chamada Lívia. Um seriado que ficará marcado na mente por sua beleza estética e fotografia impecável, cuidado com produção, figurinos e cenografia. O elenco é de tirar o chapéu com destaque para o excelente Michel Melamed como protagonista e para Paola Oliveira. Outras estrelas fazem parte do seriado: Rodrigo Santoro, Vera Fischer, Letícia Sabatella, Maria Fernanda Cândido, Tarcísio Meira, Dan Stulbach e a memorável estréia de Tatiana Dovichenko, na pele da russinha. A música tema foi criada e é interpretada por Melamed. Ouça "Nome à pessoa" que faz uma ligação entre nomes de mulheres e atitudes de forma sensacional:


"Afinal, o que querem as Mulheres?" deve sair para locação e venda num futuro próximo, porém é possível encontrar no Youtube a série completa. Óbvio que vale a pena dar uma olhada ou esperar sair para ter essa obra em casa. O envolvente roteiro de João Paulo Cuenca, com a coautoria de Cecília Giannetti e Michel Melamed tem momentos de brilhantismo nunca antes realizados. A escolha da trilha sonora com musicas antigas, costuram as tramas de forma suave. Luiz Fernando Carvalho já havia provado que sabia adaptar de forma sensacional e definitiva textos memoráveis de grandes escritores, como nas produções do Projeto Quadrante ("Capitu" e "A Pedra do Reino"), "Os Maias" e, no cinema, "Lavoura Arcaica". Aqui, com um texto atual, moderno e dinâmico, mostrou saber exatamente como a televisão brasileira pode mostrar cultura e diversão juntos.

Infelizmente, o público parece ainda não está preparado para isso, visto o baixo índice de audiência que alcançou, mas parabenizo à Rede Globo por acreditar e incentivar que grandes produções de caráter artístico (no âmago do que é arte) sejam feitas e reveladas ao grande público. A resposta sobre o que querem as mulheres, obviamente, fica sem resposta, mas a verdadeira resposta é a explosão sensorial que "Afinal, O Que Querem as Mulheres?" proporciona.

Para quem quiser embrenhar-se mais, o site oficial da minissérie é sensacional, com muita interatividade, vídeos, músicas, fotos, textos e muitas coisas.