Criancinhas

Tom Perrota consegue nesse romance mostrar tudo o que pessoas, aparentemente comuns, podem fazer. Com ele percebemos que o ditado estava certo: de longe todo mundo é normal. As crises internas vão se tornando atitudes e levando aos casais uma insegurança e desrespeito. Estamos num suburbio tipicamente norte-americano, onde essas famílias complexas e abastadas vivem seus problemas e na fuga deles, buscam nos problemas dos outros o refúgio.

Temos alguns casais de 30 e poucos anos, com filhos pequenos, problemas conjugais (inclusive extra-conjugais) e sexuais. E quando tudo não passa de problemas internos, caseiros, uma sombra chega para aterrorizar o bairro. Um pedófilo, recém-libertado volta ao bairro onde viverá com sua mãe. Isso se torna o alvo principal para esquecer, ou fingir, que não cada um não tem mais problema - torna-se um caça ao pedófilo.

Tom faz um romance muito bem escrito, envolvente e detalhado. Há partes em que visualizamos toda imagem, detalhe por detalhe, mas ele tem o dom de não ser cansativo. Ao contrário, a minha intenção é lê-lo novamente para relembrar as tramas de Todd, Kathy e Sarah e lembrar como o ser humano pode ser agir como uma criancinha. Um livro que exala paixão, ódio, sensibilidade e sensualidade.

Para quem já viu 'Pecados Íntimos' não se assuste, esse é o livro em que se basearam para fazer o filme estrelado por Patrick Wilson, Kate Winslet e Jennifer Connelly. E para quem não viu, veja o trailer. Certamente o filme é ótimo e capta a essência que 'Criancinhas' propõe, mas há muitos miudos que só ficam no livro.

Leia parte do livro pelo Google Livros, clicando aqui.

Nota: 7,5