Cerca de 10 anos atrás, descobri o vinho da cepa de uva carménère, que não conhecia antes por um simples motivo: achava-se que esse tipo estaria extinto desde 1860, quando havia sido dizimado por uma praga na Europa. Fora redescoberta em 1994, acidentalmente, entre cepas de uva merlot (pois notou-se que algumas demoravam demais para maturar), que após muita pesquisa e estudo constatou-se que era na verdade uma antiga variedade de Bordeaux Carmenere. Atualmente, a uva é exclusiva do Chile.
A vinícula que fez a descoberta foi a Concha y Toro, que relançou o Carmenere através de sua marca de vinhos Casillero del Diablo. Então, nada melhor do que provar um carmenere direto da fonte original, não? Para mim, este é o melhor vinho no critério custo-benefício, pois a proximidade do Chile torna-o barato, custando cerca de 32 Reais.
É um vinho trufado e pefumado, com pouca acidez e sabor intenso. É ótimo para tomar de qualquer jeito, acompanhando qualquer comida ou só para degustá-lo. De verdade, é um dos vinhos mais equilibrados que já provei. Dica: se achar a safra 2007, compre correndo, pois foi a melhor de todas (inclusive premiada).
* Curiosidade:
A lenda do vinho Casillero del Diablo, feito da uva Cabernet Sauvignon, começou há mais de cem anos, em 1891, quando o fundador da marca resolveu reservar para si os melhores vinhos das safras de suas vinícolas. Como uma forma de manter inalteradas as condições de temperatura e unidade, estes vinhos foram guardados ao fundo de uma magnífica adega (em espanhol “casillero”) subterrânea, um depósito especialmente destinado a este fim. Passado algum tempo Don Melchor de Concha y Toro percebeu que estes vinhos estavam desaparecendo misteriosamente. Depois de inúmeras conversas chegou a conclusão que estavam sendo roubados por pessoas das redondezas. Diante disto, para cessar o sumiço dessa reserva preciosa, espalhou o boato de que o próprio diabo vivia dentro do porão no qual os vinhos estavam guardados. A história funcionou. O medo afastou todos os ladrões, e, nunca mais, sequer uma garrafa voltou a desaparecer. Nascia assim o vinho Casillero del Diablo (a Adega do Diabo).
Nota: 9,0
Um comentário:
nota 10, adorei!
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